"O BEIJA-FLOR"
(Auta de Souza , 1876-1901)
Acostumei-me a vê-lo todo dia
de manhãzinha, alegre e prazenteiro,
beijando as brancas flores de um canteiro
no meu jardim - a pátria da ambrosia.
Pequeno e lindo, só me parecia
que era da noite o sonho derradeiro...
Vinha trazer às rosas o primeiro
beijo do sol, nessa manhã tão fria !
Um dia foi-se e não voltou... Mas quando
a suspirar me ponho, contemplando,
sombria e triste, o meu jardim risonho,
digo, a pensar no tempo já passado:
talvez ó coração amargurado,
aquele beija-flor fosse teu sonho !
Nenhum comentário:
Postar um comentário